O
MOMENTO DA FÊNIX
Por
Silvia Rêgo
A espiritualidade contemporânea vive o seu momento da 'fênix', o momento
no qual, queimando-se, prepara o momento de erguer-se de suas próprias
cinzas. Ela é fruto de movimentos e ações iniciadas no mundo moderno
ao final do século 19, que trouxeram de volta conhecimentos antigos
para o ocidente. Conhecimentos que foram esquecidos por longo tempo.
A este reinício, sobreveio uma grande diáspora, e muitos caminhos,
seitas, rituais e modos foram criados. Criou-se grande diversidade, e
com ela, pela dualidade humana, foram criadas oposições entre grupos
que reconhecem a mesma verdade fundamental, mas nem por isso deixaram de
criar discordâncias nos seus nomes, cores e modos rituais externos.
O
momento da fênix é justamente este que vivemos: todas as discordâncias
externas nos parecem cada vez menos significativas – porque os princípios
essenciais são cada vez mais SOMENTE o que importa.
O nomes não importam. As palavras são insuficientes. Todas as cores são
apenas reflexos de uma mesma luz. O que importa é a UNIDADE do que
existe na ESSÊNCIA.
Esta Fênix chamada espiritualidade contemporânea está queimando. O
combustível que alimenta esta chama são justamente as velhas plumas
externas. Todas as plumas, de todas as cores, de todos os modos, serão
combustível para essa queima. E do fogo dessa queima, alimentado pelas
velhas plumas e cores, trará à vida a nova Fênix.
Será a Fênix da UNIDADE, que é maior e mais importante que as velhas
plumas, as velhas cores e os velhos nomes que lhe serviram por muitos
anos, fazendo-a voar, crescer e anunciar a mensagem. A Fênix do Novo
Mundo nasce da própria essência interna de sua sabedoria, livre dos
sinais e rituais externos.
Ainda haverá o momento no qual se surpreenderão os que se apegam aos
velhos modos, nomes e rituais. Ainda passarão os dias marcados e as
horas assinaladas – que trarão surpresas aos dormentes, e talvez
ainda mais surpresa aos que imaginam poder prever como, quando e por que
meio as transformações que já estão ocorrendo serão vistas por
todos.
Depois dos momentos passados, das plumas queimadas, depois que os dias e
horas e nomes e cores forem apenas uma lembrança de uma visão parcial
de passado:
Esta será a hora do renascimento da Fênix.
Voltar
|