A CASA DOS MIL ESPELHOS       

                                                               

             Conta-se numa história que um caozinho abandonado vagueou sem destino por muitos kilómetros até encontrar uma casa no meio do campo onde entrou para descansar.  No interior viu uma porta entre-aberta que dava acesso a um pequeno quarto onde viu muitos outros cães quietos a olhar para ele. Surpreendido com o sucedido, espetou logo as orelhas mostrando um ar agradável e, abanando a cauda em sinal de cumprimento, viu todos fazerem o mesmo para ele. Satisfeito com o que viu, e vendo que aquele espaço já estava ocupado, o caozinho deu meia volta e foi-se embora, dizendo lá para consigo: “Mas que lugar tão agradável este, hei-de voltar aqui mais vezes para cumprimentar os meus amigos”!

               De seguida veio um outro que por ali passava  e entrou na mesma casa, entrou no mesmo quarto e deparou-se com o mesmo cenário. Porém, ao ver ali outros cães como ele, olhou desconfiado e, num ar agressivo, levantou o pêlo e rosnou. Todos fizeram a mesma coisa e o vira-latas saiu dali correndo, assustado, dizendo lá para consigo: “Livra, mas que lugar tão horrivel este! Nunca mais volto aqui!”

           A alguns metros daquela casa havia uma placa que dizia: “A casa dos mil espelhos”...  

 

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 Moral da História:

A personalidade humana reflecte sempre sobre si tudo aquilo que projecta sobre os outros. Por isso Jesus dizia “faz como queres que te façam”, pelo que não devemos fazer o que não desejamos que nos façam. As nossas relações com os nossos semelhantes, sejam os mais próximos ou os mais distantes, devem ser sempre na base da franqueza, da sinceridade e da honestidade e sobretudo sermos íntegros e verdadeiros quando vivemos em Sociedade. Muitas coisas desagradáveis que sucedem na nossa vida somos nós próprios que originamos e depois nos lamentamos por tudo o que nos corre mal.  Na verdade o mundo é o espelho do que somos e  fazemos no dia a dia, e veremos sempre o reflexo disso em nossas vidas que devemos saber viver com mais sabedoria.

   

Rui M. Palmela

 

 

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